EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO GRUPO

   Em 21 de março de 1932 era criada para o orgulho dos Artilheiros, a Unidade padrão de Artilharia do Exército, o "Grupo Escola de Artilharia” através do decreto Nr 20.986, com a missão de apoiar as instruções da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e servir de Unidade modelo pela qual deveria passar o maior número possível de oficiais e sargentos da Arma. O então Ten Cel Pantaleão Pessoa recebeu o desafio de comandar o recém criado Grupo-Escola, instalado provisoriamente no aquartelamento do 1° GACAP, nas instalações do 15° RC Mec (Es). Em meados desse mesmo ano, essa nova OM é batizada com sua primeira missão real: deslocar-se para o centro da cidade e acantonar no prédio da Diretoria de Serviço. Era parte de medidas tomadas pelo escalão superior para sufocar o movimento político militar que eclodiu no estado de São Paulo, conhecido como a Revolução Constitucionalista de 1932. Em março de 1933, o Grupo recebeu a área existente no alto da colina Coronel Magalhães, em Deodoro, antiga sede da Fazenda Sapopemba, uma das três adquiridas para a instalação da Vila Militar, local que ocupa até os dias atuais, completando sua ocupação, com todo o seu efetivo, em 12 de outubro de 1935.

    O operacional Grupo Escola destacou-se novamente em 1935. A Intentona Comunista atinge proporções preocupantes, que acabou por influenciar os integrantes da Escola de Aviação, levando-os a uma rebelião. Na ocasião, o Grupo entrou em posição na área do próprio aquartelamento e atirou na Escola de Aviação no Campo dos Afonsos, não permitindo que fosse levada adiante subversiva ação da Intentona Comunista. Diante de tão profícua atuação dessa OM, o Estado Maior do Exército e o então Presidente da República Getúlio Vargas não se furtaram em destacá-la.

   Em 15 de outubro de 1943, foi transformado em Unidade 105 mm, utilizando material auto rebocado. No ano seguinte, a Europa em chamas clamava pelo apoio que pudesse ajudá-la, ao levante nazifascista. Ouvindo aquele apelo, nosso País decidiu tomar partido daquele conflito ao embarcar com grande parte do seu efetivo com destino aos Campos de Batalha da Itália, constituindo o IV Grupo de Obuses 155 mm da gloriosa FEB. Era 1944, Monte Castelo, Castel Nuevo e Montese curvaram-se sob os fogos precisos realizados por integrantes do GESA. Com pessoal e material compôs quase que integralmente o 1o Regimento de Artilharia Pesada Curta (1° RAPC), constituindo a Força Expedicionária Brasileira para defender mais uma vez a liberdade e atuar contra regimes totalitários. A partir de 2 de fevereiro de 1944, os recursos humanos da Unidade ficaram à disposição da 1a Divisão de Infantaria Expedicionária (1a DIE). Era o início de sua participação na II Guerra Mundial.

   Pelo decreto Nr 8282 de 1945, foi transformado em Regimento Escola de Artilharia, constituindo uma das unidades do Grupamento de Unidades Escola - GUES. No dia 25 de agosto de 1960, foi sua bandeira condecorada com a Ordem do Mérito Militar, em reconhecimento aos magníficos serviços prestados à nação.

   Com a nova denominação de Grupo Escola de Artilharia, adquirida em 1963 pela portaria Nr 103-A, a nossa Unidade mais uma vez se destacou no cenário nacional e novamente alteramos o curso da história, o inimigo mudou. O levante comunista deparou-se com uma Unidade do Exército Brasileiro que não conheceu derrotas. Em 1964, o GESA deslocou-se para a região de Barra Mansa/RJ com ordem de barrar o avanço das tropas que vinham de São Paulo. Oportunamente, em razão do discernimento e da decisiva ação de parte de sua oficialidade, foi tomada a acertada decisão de aliar-se às Forças Revolucionárias, indo o Grupo diretamente para a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende/RJ, cujo Comandante, Gen Ernesto Geisel, que já havia comandado o Grupo, já aderira ao movimento.

    A reestruturação do Exército Brasileiro, em 05 de abril de 1973, nos fornece a atual denominação de 31° Grupo de Artilharia de Campanha (Escola). O GESA é orgânico do Grupamento de Unidades Escola - 9a Brigada de Infantaria Motorizada, tendo ligação com a Artilharia Divisionária da 1a Divisão de Exército pelo canal técnico. Realiza operações de instrução com os Estabelecimentos de Ensino do Exército, proporciona o apoio de fogo à 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, além da preparação para ser empregado em Operações de Garantia da Lei e da Ordem.

   Durante seus 80 anos de existência, o Grupo Escola destacou-se em diversos momentos da nossa história, não conhecendo derrotas e elevando sempre o nome do Exército Brasileiro aos mais altos degraus do orgulho civico-nacional. Pela sua tradição, pelo seu valor operacional e pelo elevado espírito de seus homens, é um exemplo a ser seguido dentro do Grupamento de Unidades Escola e do Exército.

   Artilheiros quer com material 75, 105 ou 155 mm, quer no Brasil, quer no estrangeiro, no presente ou no futuro, mantenhamos sempre acesa a chama da liberdade que brilha no símbolo do Grupo Escola de Artilharia.

   O grupo utilizou diferentes materiais de artilharia, acompanhando a evolução dos modernos materiais em uso no mundo. Desde 1932, com os canhões KRUPP C 28 e SCHNEIDER 75, passando pelo emprego do obuseiro 105 mm M 101 A1 e pelo moderno obuseiro inglês 105 mm L 118 Light Gun, que deixou de ser seu material de dotação em 2005, dando lugar, novamente, ao obuseiro 105 mm M 101 A1. Buscou-se um sistema de Artilharia de Campanha capaz de pronunciar excelente combinação entre flexibilidade, rapidez de acionamento e resistência do material, com a obtenção do máximo alcance.

   Foi com dedicação, bravura e patriotismo que os integrantes do Grupo Escola que formaram o IV Grupo 155mm, combateram nos campos da Itália e fizeram com que a poderosa Artilharia se fizesse ainda mais respeitada.

   Na Itália, tendo recebido o material 155 mm norte americano e integrando a Artilharia Divisionária da 1a DIE, apoiaram pelo fogo a manobra de conquista de inesquecíveis vitórias das tropas brasileiras em Monte Castelo, Castel Nuevo e Montese.

   Assim é com grande honra que rendemos nossas homenagens àqueles que daqui partiram e com a própria vida, o sangue, o suor e as lágrimas glorificaram as páginas de nossa história.Sob a proteção de Santa Bárbara, padroeira da arma de Artilharia e guiados pelos exemplos do Marechal Emilio Luis Mallet, nosso patrono, os integrantes do Grupo Escola estão sempre buscando a perfeição na execução e a retidão de atitudes, mantendo-se como guardiões das caras tradições da arma dos fogos largos, densos e profundos.

 O TEU PASSADO ESTÁ PRESENTE.

O TEU PRESENTE ESTÁ MARCADO...

   Além do preparo de seu pessoal para o cumprimento das missões doutrinárias da Arma de Artilharia, o 31° GAC (Es) realiza Cooperações de Instrução com os Estabelecimentos de Ensino do Exército, proporciona o apoio de fogo à GA Bda Inf Mtz em Operações de Defesa da Pátria, atualmente empregado em Operações de Garantia da Lei e da Ordem (Op GLO), na área do CML e em Operações Internacionais; desenvolve ações subsidiárias a fim de cooperar com o desenvolvimento nacional e a defesa civil; atua como laboratório para a experimentação doutrinária de procedimentos operacionais para a Artilharia de Campanha.

   Preparando hoje o Exército de amanhã, o GESA apoia estabelecimentos de Ensino Público, além de participar do Programa Rio Criança Cidadã, proporcionando, no dia-a-dia, atividades profissionalizantes, culturais e de lazer.